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Livros e capítulos de livros - ESDRM

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  • Efeitos do destreino
    Publication . Leitão, Luís; Brito, João; Oliveira, Rafael; Pereira, Ana; Brito, João Paulo; Campos, Francisco; Ângelo, Elisa
    O envelhecimento da população na grande maioria dos países a nível mundial40 tem conduzido a um aumento da incidência de incapacidades e lesões acidentais relacionadas à idade, frequentemente causadas por quedas6,40 . Nos últimos anos, as evidências científicas reportam que, principalmente em indivíduos mais velhos, estas ocorrências são até certo ponto evitáveis. Especificamente, vários estudos confirmaram que programas de exercícios podem ser eficazes para melhorar a força muscular, o equilíbrio e contribuir para a redução da incidência de quedas em idosos27, 33 . A ausência da prática de exercício em geral e do treino da força em particular impossibilita que os idosos usufruam dos benefícios tangíveis para a saúde da sua prática, incluindo a manutenção da força muscular, das habilidades de equilíbrio e controle postural que são necessárias para prevenir quedas e acidentes. Acresce que a maioria dos programas de exercício oferecidos à população idosa apresentam interrupções periódicas quer por término dos programas de investigação a que estão associados, quer por interrupção sazonal dos programas oferecidos pelas autarquias. O conceito de destreino (DT) foi descrito na literatura anterior como “a perda completa das adaptações anatómicas, fisiológicas e de desempenho induzidas pelo treino, como consequência da redução ou cessação do treino”19 e é considerado como um período de interrupção parcial ou total do programa de exercício físico que o idoso realiza. Este período promove readaptações fisiológicas no idoso do que foi adquirido com um programa de exercício, sendo dependente da duração do DT, do tipo de treino realizado, intensidade, volume do treino, grupo muscular envolvido e género do idoso10,11, 20-23, 28 . Em particular, o tecido músculo-esquelético, que é altamente dinâmico e que responde a diferentes estímulos principalmente a mudanças na carga mecânica, é o mais afetado com o DT. Consequentemente, o aumento do período de DT afeta diretamente o fenótipo do tecido músculo-esquelético, afetando o seu metabolismo, no que respeita ao anabolismo proteico e às características morfológicas1, 25 . Nos idosos acontece também que frequentemente o desuso é provocado por ocorrências como: aparecimento de dor ou de incapacidades causadas por doenças articulares crónicas (artrites, artroses, e outras), quarentenas forçadas (como por exemplo a vivida recentemente com a pandemia de COVID-19), o aparecimento de infeções que forçam o repouso ou à diminuição da atividade. Além disso, as doenças que afetam a saúde mental do idoso como por exemplo a depressão ou doenças neurodegenerativas cerebrais, hospitalizações, recuperação de fraturas ósseas ou imobilizações causadas pelas quedas, são causas comuns forçando também ao repouso ou diminuição da atividade habitual e da atividade física17, 18 conduzindo à atrofia muscular12, 30 . A atrofia muscular desempenha um papel significativo em vários aspetos da saúde do idoso e da sua qualidade de vida. A atrofia muscular está frequentemente associada à redução da qualidade de vida, da mobilidade e da autonomia do idoso7, 38 . Além disso, o decréscimo da massa muscular devido à atrofia está ligado a uma maior prevalência de diversas doenças crónicas (por exemplo, diabetes mellitus tipo 2, doenças cardiovasculares e depressão) e aumento da mortalidade1, 29 Se por um lado as adaptações fisiológicas (metabólicas, funcionais, entre outras) constituem um papel fundamental para o desenvolvimento do organismo do idoso que é fisicamente ativo, por outro, o DT pode levar a uma perda de performance que afetará negativamente o desempenho por exemplo nas atividades de vida diária (AVD), visto que o DT poderá provocar declínios na capacidade fisiológica. São diversos os motivos que promovem o DT, entre eles podemos destacar o fim de época do programa de treino, lesão, queda, compromissos familiares, férias de verão e inverno. 8-11 Seguidamente abordaremos o impacto do DT após a prática de vários tipos de treino usados na comunidade para o idoso, como o treino multicomponente (TM) e o treino da força (TF), para verificar quais as alterações que ocorrem na capacidade funcional (i.e. força, equilíbrio, agilidade, capacidade aeróbia e capacidade neuromuscular), nos níveis hemodinâmicos, lipídicos e o impacto que o ácido desoxirribonucleico (ADN) tem com o DT.
  • Treino de força baseado na velocidade: riscos de quedas e marcha
    Publication . Brito, João; Oliveira, Rafael; Campos, Francisco; Ângelo, Elisa
    O envelhecimento humano envolve diversos comprometimentos fisiológicos (1). Em particular, a diminuição da função sensoriomotora e as alterações no sistema nervoso (2) reduzem a força muscular, potência, equilíbrio e desempenho das capacidades funcionais (3), o que pode aumentar o risco de quedas (4). Por sua vez, estas são a segunda principal causa de mortes relacionadas a lesões não intencionais na população mundial, tornando-se num grave problema de saúde pública para os idosos (5). A queda ou o medo de cair pode prejudicar os níveis de atividade física e desencadear um ciclo vicioso em que o risco de quedas futuras aumenta devido à deterioração das capacidades funcionais causadas pela não participação nas atividades diárias (6). A redução nos níveis de atividade física pode ter efeitos fisiológicos negativos para o envelhecimento da população, aumentando as doenças de crónicas e de doenças não transmissíveis) (7). Devido ao envelhecimento que em regra geral, reduz os níveis de atividade física, a perda de força muscular está entre uma das capacidades reduzidas. Consequentemente, a diminuição da força muscular está associada à redução no desempenho das atividades de vida diária, afetando negativamente a saúde, autonomia funcional, sobrevivência, qualidade de vida, aumentando ainda mais o risco de queda (8). Adicionalmente, esta diminuição de força também pode estar mais intimamente associada ao comprometimento da potência muscular do que da massa muscular (9,10). Neste sentido, tem sido apontado que a potência muscular diminui mais rapidamente com o envelhecimento quando comparada à força muscular (10). Uma forma de prevenir a redução da força e da potência muscular é a realização de treino da força baseado na velocidade (VBT). Este tipo de treino caracteriza-se por realizar as ações concêntricas dos exercícios de força com elevada velocidade (geralmente a maior velocidade possível) e tem demonstrado ser uma abordagem eficaz para o desenvolvimento de potência muscular na população idosa (11,12), com efeitos significativos de curto prazo nas adaptações neurais, morfológicas, na produção de potência muscular (9,12,13) e ao nível das capacidades funcionais (14)(Figura 1). Vários estudos (11,15,16) sugerem que a intervenção acima mencionada tem impacto na capacidade de gerar energia através do sistema anaeróbio aláctico dos idosos. Nesse sentido, a abordagem VBT é uma estratégia de intervenção importante para retardar os efeitos nocivos causados pelo envelhecimento (11,15,17–19). Deste modo, o presente capítulo tem como objetivo apresentar com maior detalhe os fundamentos do VBT, os seus efeitos na intervenção em idosos com ou sem doenças crónicas ou condições clínicas, bem como alguns exemplos de protocolos de treino.
  • O uso do instrumento e o estudo do comportamento motor
    Publication . Catela, David
    Queremos agarrar uma pequena esfera enfiada num pequeno orifício e os nossos dedos não cabem. Como tirar a esfera? Recorremos a uma pinça. A pinça vai permitir-nos retirar a esfera do orifício, mas vai alterar as nossas referências corporais. A pinça prolonga-se para lá dos limites dos nossos dedos, a parte que dela servir para "agarrar" a esfera tem dimensões e um atrito diferentes das polpas dos nossos dedos. A percepção que temos do peso e da textura da esfera faz-se já não directamente através da nossa pele mas indirectamente através da pinça. Já não temos que decidir quantos dedos usar mas a que distância devemos parar. Podemos mesmo alcançar o objecto se ele estiver mais afastado de nós, como se de facto ele não estivesse. Incorporaremos nós o instrumento no nosso corpo, como se passássemos a possuir um outro eu corporal? De tão óbvio e trivial, o uso do instrumento não tem sido alvo da devida atenção. Neste texto identificaremos primeiro o que consideramos ser um instrumento e usar um instrumento. Seguidamente faremos uma análise de estudos que de um modo directo ou indirecto abordaram o desenvolvimento motor, a aprendizagem motora e/ou o controlo motor de instrumentos. Finalmente reflectiremos sobre questões metodológicas para o estudo do uso do instrumento.
  • Aprender a ciclar em 5 horas? Resultados de 2 intervenções
    Publication . Bernardino, Mafalda; Branco, Marco A. C.; Catela, David; Cordovil, R.; Mercê, Cristiana
    Capacitar as nossas crianças a ciclar é capacitá-las para uma vida mais saudável, mais plena e mais responsável. A utilização da bicicleta com rodas laterais de treino (BRL) é a abordagem mais comum para aprender a ciclar, no entanto a literatura sugere-a como contraproducente. O presente estudo implementou o programa Learning to Cycle com os objetivos de: i) promover a aquisição de ciclar, e ii) investigar e comparar a utilização da bicicleta de equilíbrio (BE) e BRL durante esta aquisição. Participaram 51 crianças (M=5,82±0,94 anos) do pré-escolar e 1ºCEB, que não sabiam ciclar previamente, divididas por 2 grupos. Um grupo explorou a BE e outro a BRL durante 6 sessões, seguindo-se mais 4 sessões com a bicicleta convencional (BC). A avaliação do ciclar independente foi considerada como a capacidade de realizar, sequencialmente e sem ajuda, os seguintes marcos de ciclar: iniciar, equilibrar e travar. Foi registado o número de sessões com a BC que cada criança necessitou para adquirir cada marco de ciclar e o ciclar independente. O programa revelou 88,24% de sucesso para a aquisição de ciclar independente, 100% na BE e 76,92% na BRL. As crianças do grupo da BE adquiriram significativamente mais rápido os marcos de iniciar, equilibrar e travar, bem como o ciclar independente. Os resultados evidenciam que a intervenção para adquirir o ciclar pode ser aplicada com sucesso a partir do pré-escolar, e que a BE é uma bicicleta de aprendizagem mais eficiente que a BRL.
  • Analytical and Ecological Approaches to Aerobic and Anaerobic Conditioning in Football
    Publication . Morgans, Ryland; Oliveira, Rafael; Oliveira, Rafael; Silva, Rui; Beato, Marco; Bishop, Chris; Turner, Anthony
    Research in professional football has shown that the physical demands of competitive match-play have substantially increased over the last few decades (Carling et al., 2016) as well as the training demands (Oliveira et al., 2022). As such, the role of support staff has developed to provide theoretical, scientific, and practical support to the manager in a variety of areas. These include performance analysis, strength and conditioning, and the integration of technical and tactical elements. The role of fitness and conditioning staff is to have knowledge of scientific literature and analyze performance data to condition and recover players appropriately to deal with the ever-evolving demands of elite football competition.
  • Efeito da intervenção com exercício físico em adolescentes com perturbações no desenvolvimento da coordenação (DCD): revisão sistemática
    Publication . Bernardino, Mafalda; Catela, David; Branco, Marco A. C.; Mercê, Cristiana
    A perturbação no desenvolvimento da coordenação (DCD), é uma condição motora que afeta a capacidade de realizar habilidades motoras coordenadas grossas e finas, com impacto negativo significativo no dia a dia. O exercício físico (EF) ajuda a mitigar os efeitos negativos da DCD em crianças, porém não existe sistematização nesta área com a população adolescente. Esta revisão objetivou investigar quais os efeitos do EF em adolescentes com DCD. A pesquisa foi realizada na PubMed, e a avaliação da qualidade através da escala de PEDro. Foram selecionados 5 artigos, que evidenciaram efeitos significativos do EF na competência motora em adolescentes com DCD. O EF deve ser incluído nos hábitos de vida de adolescentes com DCD, preferencialmente através de programas, com uma duração mínima de 13 semanas, orientados por profissionais com qualificação adequada, para melhoria da competência motora e desenvolvimento das habilidades motoras.
  • Perceção de fatores de risco e incidência de lesões em atividades de Via Ferrata: revisão narrativa
    Publication . Torres, Diana; Fernandes, Renato; Oliveira, Rafael; Brito, João
    A via ferrata é uma forma de escalar, tendo como objetivo a ascensão ou travessia feita de forma segura com recurso a equipamentos artificiais fixados nas rochas permanentemente, dispostos de maneira quase contínua ao longo do trajeto. O objetivo desta revisão visa reunir os estudos com maior pertinência realizados até ao momento na área das vias ferratas que abordem o conhecimento do risco e a perceção dos fatores por parte dos praticantes, como também, a ocorrência de acidentes que originam lesões e os seus possíveis mecanismos. O desenho metodológico utilizado na revisão foi de acordo com o método Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and Meta Analysis (PRISMA). A pesquisa foi realizada a partir das palavras-chave ‘’via ferrata’’, “climbing”, ‘’injury’’ e “risk factors” na plataforma da B-On, tendo em conta os critérios de inclusão e exclusão para elegibilidade. Na revisão, destaca-se 2 artigos que abordam os modelos de absorção e os protocolos de teste para verificação dos dissipadores; 2 artigos que investigam a partir de questionários o conhecimento do risco na relação com a performance, como também, os comportamentos de risco durante as atividades; 1 artigo que relata a ocorrência de acidentes e/ou emergências médicas, com e sem ocorrência de lesões e os mecanismos que proporcionaram o acontecimento. As atividades de via ferrata estão em crescimento e consequentemente, torna-se evidente a necessidade de investigar esta nova forma de escalar. Contudo, continua a ser uma temática difícil de abordar, visto que os registos desta atividade recreativa e autónoma, ainda não são devidamente controlados por uma entidade.
  • Treino de Força em Desportos Coletivos
    Publication . Oliveira, Rafael; Brito, João Paulo
    O treino de força (TF) em desportos coletivos é extramente importante pelas adaptações fisiológicas que proporciona as suas diferentes metodologias (Brown & Greenwood, 2005; Fleck & Kraemer, 1997; Rhea et al., 2003; Stone et al., 2000a, 2000b). Neste contexto tem se verificado que uma melhor periodização e organização do TF apresenta desenvolvimento superiores não só ao nível da força, como da potência, composição corporal e outras variáveis de performance desportiva (Fleck & Kraemer, 1997; Steven J Fleck, 1999; Stone et al., 2000b, 2000a). Pelas razões apresentadas anteriormente e pelo facto de os desportos coletivos geralmente terem equipas técnicas multidisciplinares, torna-se importante conhecer as melhores estratégias e metodologias de TF para aumentar a performance desportiva.
  • Aprender a ciclar: bicicleta de equilíbrio ou com rodas de treino? Resultados de uma intervenção de 2 semanas
    Publication . Mercê, Cristiana; Davids, Keith; Catela, David; Branco, Marco A. C.; Correia, Vanda; Cordovil, R.
    O presente estudo visou investigar se aprender a andar de bicicleta (ciclar) na infância pode ser moldado pelo constrangimento da tarefa relativo ao tipo de bicicleta de aprendizagem, i.e., bicicleta de equilíbrio (BE) e com rodas laterais (BRL). Participaram no programa Learning to Cycle 25 crianças (entre 3-7 anos, M=6,08±1,19 anos) que não sabiam ciclar previamente, divididas em 2 grupos. Um grupo treinou com a BE e o outro com a BRL. A aquisição do ciclar autónomo foi avaliada com base em marcos de ciclar: (i) iniciar, (ii) pedalar em equilíbrio por pelo menos 10 metros consecutivos e (iii) travar. Para adquirir o ciclar autónomo o participante teria de atingir todos os marcos sem ajuda. Após 6 sessões de treino as crianças transitaram para a bicicleta tradicional, registando-se o número de dias que cada criança necessitou para adquirir cada marco. O programa teve uma taxa de sucesso de 88% para a aquisição do ciclar autónomo, com 100% no grupo da BE e 75% no da BRL. Os participantes da BE adquiriram todos os marcos, bem como o ciclar autónomo, mais rapidamente do que os da BRL. O número de dias necessários para o pedalar em equilíbrio foi associado positivamente ao índice de massa corporal. Não foi encontrada qualquer correlação com a competência motora. O programa Learning to Cycle foi eficaz na aprendizagem de ciclar para crianças a partir dos 3 anos de idade. O uso da BE em detrimento da BRL parece conduzir a uma aprendizagem mais eficaz e eficiente do ciclar autónomo.
  • Caixas de cartões em atividade não estruturada com infantes: estudo exploratório
    Publication . Serrão-Arrais, Ana; Catela, David; Luís, Helena; Santana, T.; Domingos, B.
    comportamentos autorregulados. O modelo de peças soltas baseia-se na introdução de materiais móveis afuncionais em espaços infantis, sem a direção de um adulto. Estudos no pré-escolar revelaram suas potencialidades, porém não foram encontrados estudos com bebés. Oito bebés (11,5±1,32 meses de idade, 7 não andantes) tiveram livre acesso a 12 caixas de cartão de cores diferentes com dimensões agarráveis, 6 com conteúdo para produzir som, e 1 caixa grande móvel e escalável; e, foram filmadas todas juntas, na creche, por 18 minutos. As categorias de comportamentos motores e lúdicos foram validadas por especialistas. Os bebés gastaram ≈70% do tempo parados ou em deslocamentos sem contato com caixas; mas, todos interagiram com as caixas, em ações motoras finas e grossas, com uma frequência média de 9,9(±4,8) comportamentos diferentes por criança. Três crianças estabeleceram uma interação, a pares, sequencial, em torno da exploração de 1 caixa pequena e 1 grande. As caixas de cartão permitiram brincar exploratório e físico autónomo, através de motricidade fina e grossa, com alguma interação não-verbal positiva e negativa, e brincar paralelo. Comportamentos aparentemente passivos podem ter um papel importante no brincar. Há potencialidades (socio)motoras no modelo de peças soltas com bebés, em atividade não estruturada de grupo alargado, com apenas caixas de cartão.