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Teses de Doutoramento_ESES

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  • Trabalho laboratorial no 1.º ciclo do ensino básico:conceções e práticas de professores
    Publication . Correia, Marisa
    Com este estudo, pretendeu-se descrever e interpretar mudanças que se operaram nas conceções de ensino e nas práticas de professores do 1.º ciclo, após o envolvimento num programa de formação, que visava promover o uso do trabalho laboratorial. Procurou-se, ainda, conhecer as dificuldades que os professores enfrentaram durante a implementação das atividades laboratoriais. Para se atingir estas finalidades recorreu-se a uma abordagem metodológica de natureza qualitativa com orientação interpretativa. Participaram neste estudo dez professoras do 1.º ciclo do ensino básico, pertencentes a sete escolas diferentes, situadas no concelho de Santarém, que frequentavam o Programa de Formação em Ensino Experimental das Ciências (PFEEC). Utilizaram-se diferentes instrumentos de recolha de dados: observação naturalista, entrevistas e documentos escritos. Os resultados demonstraram a ocorrência de mudanças nas conceções relativamente a aluno e aprendizagem, professor e ensino, ensino de ciências e contexto de ensino. Durante a formação, as professoras apontaram diversas dificuldades associadas à planificação e implementação de atividades laboratoriais. A observação de aulas, ao longo da formação, permitiu constatar que as professoras foram conferindo progressivamente maior autonomia aos alunos. Todavia, um ano após a participação no programa, o trabalho laboratorial continuava a ser pouco frequente e com caráter fechado. Poucas mudanças se registavam na avaliação das aprendizagens dos alunos e na promoção do trabalho de grupo. Além disso, as professoras receavam aplicar as novas estratégias de ensino a temas que não foram abordados na formação. Os resultados evidenciaram a existência de conceções tradicionais enraizadas acerca do modo de aprender dos alunos e acerca do ensino de ciências no 1.º ciclo que são consistentes com as práticas das professoras. De referir, ainda, outros fatores que impedem as professoras de colocar em prática as suas ideias, como os seus conhecimentos, os recursos, as características dos alunos e a gestão curricular.
  • Comportamentos de bullying entre pares - bem estar e ajustamento escolar
    Publication . Seixas, Sónia Raquel Pereira Malta Marruaz
    A dissertação que aqui apresentamos procura contribuir para um conhecimento mais aprofundado do fenómeno bullying em Portugal, particularmente através da caracterização dos alunos agressores e/ou vítimas nalguns domínios de saúde e ajustamento escolar. A procura de um perfil diferenciado, associado a estes grupos de alunos que se envolvem em comportamentos de bullying, facilita não só uma melhor compreensão das variáveis directamente implicadas no fenómeno, como também a concepção e elaboração de programas de intervenção adequados a uma realidade educativa mais clarificada. O nosso estudo incidiu sobre alunos a frequentar o 3º ciclo de escolaridade na zona da grande Lisboa. A nossa amostra foi seleccionada em três fases, uma selecção aleatória de concelhos do distrito de Lisboa, seguida da selecção aleatória de escolas EB 2/3 e, por fim, a selecção aleatória de uma turma de 7º, 8º e 9º ano em cada escola. Deste modo, a nossa amostra foi constituída por um total de 581 alunos provenientes de 11 escolas dos concelhos de Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra. O conjunto de instrumentos utilizados para a recolha de dados foi constituído pela Escala de Auto-conceito para Adolescentes de Susan Harter, pelo Questionário Comportamentos de Saúde em Jovens em Idade Escolar da Organização Mundial de Saúde, por um Questionário sociométrico e por um Questionário de nomeação dos colegas. Verificou-se a associação diferenciada de alguns domínios de saúde e ajustamento escolar ao grupo de alunos agressores, vítimas e vítimas-agressivas, permitindo delinear diferentes perfis, designadamente ao nível do auto-conceito, auto-estima, confiança em si próprio, nível de aceitação social, isolamento social e relação com a escola.
  • Controvérsias sócio-científicas: discutir ou não discutir?:Percursos de aprendizagem na disciplina de ciências da terra e da vida
    Publication . Reis, Pedro
    A presente investigação pretendeu estudar a forma como um grupo de professores e alunos de Ciências da Terra e da Vida (11º ano) interpretam e reagem às controvérsias sócio-científicas recentes, divulgadas pelos meios de comunicação social. Este estudo reveste-se de particular relevância num período marcado, simultaneamente, por fortes discussões relativas ao impacto social e ambiental de várias inovações científicas e tecnológicas e pela implementação de novos currículos de ciências, que realçam a importância da discussão de controvérsias sócio-científicas no desenvolvimento da literacia científica dos alunos. Actualmente, a compreensão da natureza da ciência e da sua relação com a sociedade e a cultura é considerada um dos eixos fundamentais da literacia científica (Galvão, 2001; McComas, 2000). No entanto, diversas investigações têm revelado que tanto a escola como os meios de comunicação social parecem contribuir, explícita e implicitamente, para a construção de concepções limitadas acerca da ciência e dos cientistas (Abd-El-Khalick e Lederman, 2000; Matthews e Davies, 1999; Praia e Cachapuz, 1998). Perante esta situação, assume especial importância a realização de iniciativas de desenvolvimento pessoal e profissional (centradas nas escolas) que, estimulando a reflexão na acção e sobre a acção, capacitem os professores para uma reconstrução dos currículos e das suas práticas, de acordo com as orientações curriculares actuais para o ensino das ciências (Roldão, 1999; Ponte, 1998; Schön, 1987; Loucks-Horsley, Hewson, Love e Stiles, 1998). Nesta investigação, optou-se por uma abordagem interpretativa, de tipo qualitativo, que decorreu em duas fases complementares. Numa primeira fase, baseada essencialmente em estudos de caso, procurou-se investigar o eventual impacto destas controvérsias nas concepções dos professores e dos alunos (sobre a natureza, o ensino e a aprendizagem das ciências) e na prática pedagógica desses professores. Como métodos de recolha de dados aplicaram-se questionários, realizaram-se entrevistas semi-estruturadas, efectuaram-se observações de aulas e analisaram-se diversos documentos (nomeadamente, histórias de ficção científica redigidas pelos alunos). Entre os alunos, foi evidente a falta de conhecimentos processuais e epistemológicos sobre a ciência, bem como a existência de diversas ideias estereotipadas e deturpadas sobre as características e a actividade dos cientistas. As práticas de sala de aula utilizadas pelos seus professores e as imagens de ciência divulgadas pelos meios de comunicação social parecem contribuir para esta situação. A segunda fase do estudo, suscitada pelos resultados obtidos durante a primeira fase, assumiu um formato de investigação-acção, perseguindo, simultaneamente, como é inerente a esta metodologia, finalidades de compreensão e de intervenção sobre a realidade detectada. A constatação do teor limitado e estereotipado das concepções dos alunos e de algumas práticas de sala de aula caracterizadas pela ausência de referências explícitas a aspectos processuais e epistemológicos da ciência, motivou a realização de uma acção de desenvolvimento pessoal e profissional dirigida aos professores envolvidos na primeira fase do estudo. Esta acção de formação permitiu constatar as potencialidades de várias estratégias utilizadas na estimulação da reflexão (sobre as concepções e as práticas de sala de aula), no reconhecimento das potencialidades das actividades de discussão de questões sócio-científicas (na abordagem de aspectos da natureza e funcionamento da ciência) e na construção de conhecimento didáctico necessário à utilização deste tipo de actividades em contexto de sala de aula. Contudo, o aspecto mais importante da acção de formação deverá ter sido a sua contribuição para a identificação e o estudo de factores que afectam a congruência entre as concepções dos professores (acerca da natureza, do ensino e da aprendizagem das ciências) e a prática de sala de aula. Os resultados obtidos neste estudo têm implicações para a investigação sobre as concepções dos alunos acerca da natureza da ciência, o ensino das ciências (no Ensino Básico e Secundário) e a formação inicial e contínua de professores. Entre as mais significativas destacam-se: a) as potencialidades da utilização combinada de histórias de ficção científica (sobre a actividade dos cientistas) e de entrevistas na investigação das concepções dos alunos acerca do empreendimento científico; b) a importância de uma intervenção activa do ensino das ciências na discussão das imagens veiculadas pelos media (acerca da ciência, da tecnologia e da actividade, características e motivações dos cientistas); c) a pertinência de um maior investimento na concepção e avaliação de materiais educativos centrados em aspectos processuais e epistemológicos da ciência; e d) a relevância de iniciativas de desenvolvimento pessoal e profissional, centradas na escola, que apoiem os professores durante a concepção e a implementação desse tipo de materiais em contexto de sala de aula. Palavras-Chave: Ensino das Ciências; Ciência, Tecnologia e Sociedade (CTS); Controvérsias Sócio-Científicas; Discussão; Concepções acerca da Natureza da Ciência; Práticas de Sala de Aula; Conhecimento e Desenvolvimento Profissional.