Repository logo
 

Teses de Doutoramento_ESSS

Permanent URI for this collection

Browse

Recent Submissions

Now showing 1 - 2 of 2
  • Entre preparar enfermeiros e educar em enfermagem. Uma transição inacabada 1950-2003. Um contributo socio-historico.
    Publication . Amendoeira, José
    O estudo do(s) Modelo(s) de formação em enfermagem na segunda metade do século XX e a concepção e a utilização do conhecimento em enfermagem, constitui-se no objecto desta tese, inserindo-se a investigação na tendência actual da sociologia da educação, porque satisfaz as pretensões de clarificação da disciplina de enfermagem tal como se assume na hipótese de trabalho - A construção do modelo de formação em enfermagem ocorre pela dialéctica entre a formação e a profissão, suportando a actual concepção e organização do ensino de enfermagem. Adopta-se uma perspectiva teórica, que transcenda a teoria enquanto análise substantiva ou concreta de um determinado aspecto da realidade social, considerando que os factos emergentes dos três domínios em estudo – os espaços, os curricula/saberes e os actores, não são dados brutos, sendo construídos e procurados na base das perspectivas teóricas diferenciadas. Mobiliza-se a existência de uma polarização teórica de base que considera as teorias da reprodução educativa orientadas para a transformação: de um lado os modelos estruturalistas relativamente estáticos e fechados; do outro, os modelos mais abertos, que dão particular relevo à dialéctica entre acção e estrutura associando a sociologia da acção e a sociologia da educação. Assume-se o método histórico como enquadrador da metodologia das histórias de vida e sócio histórica, com a utilização de técnicas, respectivamente a entrevista etnobiográfica e a análise documental, numa estratégia de estudo de caso único, com características qualitativas, permitindo contribuir de forma singular para o conhecimento dos fenómenos individuais, organizacionais, sociais e políticos. O conceito de transicionalidade, permitiu propor um modelo interpretativo da transição ocorrida no modelo de formação entre uma orientação biomédica e uma orientação para o pensamento complexo, transição esta mediada pela sociologia do currículo, em que este é considerado nas duas dimensões propostas por Apple e, pela sociologia dos grupos profissionais, nas dimensões processo de profissionalização e identidade sócio-profissional de acordo com Dubar, e que se designa por Modelo Transicional. Como principais conclusões emergentes de cada domínio, salientam-se: Espaços: - Apesar de se considerar claramente a existência de escolas autónomas de nível superior, a indecisão política quanto à organização da rede escolar parece inibir a transição acabada para escolas capazes de desenvolver a integralidade das suas autonomias como estabelecimentos do ensino superior. Currículo / Saberes: - a disciplina de enfermagem mobiliza conceitos teóricos próprios, como conteúdos, mas em que a sistematização dos saberes tem ocorrido a partir da introdução da reflexividade na acção e não pela investigação da essência e da natureza da enfermagem; - quanto à forma, considera-se ter ocorrido a verdadeira transição, com a unificação do nível de formação e com a integração no ensino superior, ao nível da licenciatura. Actores: - O processo de construção do grupo profissional dos enfermeiros é socialmente reconhecido pela decisão histórica de unificação do nível de formação, passando a existir um único profissional enfermeiro, a partir de 1975. Actualmente ocorre o processo de consolidação e sedimentação da qualificação dos enfermeiros e dos professores de enfermagem, onde a identidade sócio-profissional em construção, se associa ao reconhecimento social destes.
  • Desenvolvimento de competências dos enfermeiros
    Publication . Serrano, Teresa
    Actualmente os contextos de trabalho têm-se centrado na flexibilidade dos processos de trabalho (Bagnato, s.d.), na vertente científica e técnica e no desenvolvimento de competências (Comissão Europeia, 2001), colocando-se a tónica no conceito de gestão por competências e fazendo-se apelo a estas como resposta aos objectivos das organizações. O profissional deve ser capaz de se adaptar aos diferentes contextos e funções a desempenhar, a resolver situações de grande indefinição ou a adaptar-se àquelas que comportem grandes níveis de imprevisibilidade, como o que se observa com as situações de cuidados. Na prática efectiva-se a relação entre competências e exercício profissional, implicando-se o contexto como factor de desenvolvimento de competências e de confronto com o fazer e o saber fazer. O que se pretendeu indagar com a presente investigação foi o modo como os enfermeiros desenvolvem as competências do cuidar em enfermagem num serviço de medicina hospitalar e quais as determinantes desse processo. Para tal, considerámos um estudo de caso, o serviço de medicina hospitalar do Centro Hospitalar Médio Tejo, e o caso, os enfermeiros deste serviço. O trabalho empírico baseou-se num estudo de cariz qualitativo, etnometodológico que privilegiou a presença do investigador no contexto, a observação participante, entrevistas etnográficas e semi-estruturadas a enfermeiros e outros informantes privilegiados, além de análise documental. A triangulação de dados e de fontes, suportada em paradigmas de clarificação do desenvolvimento de competências, permitiu conjugar e consolidar as diversas fontes de informação, numa atitude crítica e construtivista face ao objecto em estudo. O tratamento da informação recolhida foi efectuado num percurso recursivo entre o contexto (serviço de medicina), a análise da observação participante (Spradley, 1980) e a análise de conteúdo (Miles e Huberman, 1994) com o apoio de programa informático Nud*Ist 6. Como principais conclusões identificamos: um habitus do serviço caracterizado por partilha colectiva de significados e que determina o modo como se cuida; uma organização estruturada mediada pela supervisão da enfermeira chefe e que promove a integração de esquemas de acção; a ocorrência de interacções diádicas e situações complexas promotoras de um processo reflexivo e de transformação de competências; a construção da experiência centrada num processo reflexivo sobre a prática, em articulação com a dimensão cognitiva, afectiva e com estratégias de aprendizagem; um clima e cultura organizacional promotora de aprendizagem organizacional a nível micro (foco na socialização individual e processo sistema) e a nível macro (foco na cultura). O desenvolvimento de competências integra assim, um sistema auto-eco-organizativo, a nível pessoal (microssistema), do serviço (mesossistema), da organização(macrossistema) e ao longo do tempo (cronossistema). Enquanto percurso investigativo novas questões surgiram como o papel educativo das lideranças nas equipas de saúde, a multiprofissionalidade no cuidar da pessoa / família e a função da cultura organizacional no desempenho dos profissionais de saúde.