Name: | Description: | Size: | Format: | |
---|---|---|---|---|
2.69 MB | Adobe PDF |
Authors
Advisor(s)
Abstract(s)
O estudo do(s) Modelo(s) de formação em enfermagem na segunda metade do século XX e a concepção e a utilização do conhecimento em enfermagem, constitui-se no objecto desta tese, inserindo-se a investigação na tendência actual da sociologia da educação, porque satisfaz as pretensões de clarificação da disciplina de enfermagem tal como se assume na hipótese de trabalho - A construção do modelo de formação em enfermagem ocorre pela dialéctica entre a formação e a profissão, suportando a actual concepção e organização do ensino de enfermagem.
Adopta-se uma perspectiva teórica, que transcenda a teoria enquanto análise substantiva ou concreta de um determinado aspecto da realidade social, considerando que os factos emergentes dos três domínios em estudo – os espaços, os curricula/saberes e os actores, não são dados brutos, sendo construídos e procurados na base das perspectivas teóricas diferenciadas. Mobiliza-se a existência de uma polarização teórica de base que considera as teorias da reprodução educativa orientadas para a transformação: de um lado os modelos estruturalistas relativamente estáticos e fechados; do outro, os modelos mais abertos, que dão particular relevo à dialéctica entre acção e estrutura associando a sociologia da acção e a sociologia da educação.
Assume-se o método histórico como enquadrador da metodologia das histórias de vida e sócio histórica, com a utilização de técnicas, respectivamente a entrevista etnobiográfica e a análise documental, numa estratégia de estudo de caso único, com características qualitativas, permitindo contribuir de forma singular para o conhecimento dos fenómenos individuais, organizacionais, sociais e políticos.
O conceito de transicionalidade, permitiu propor um modelo interpretativo da transição ocorrida no modelo de formação entre uma orientação biomédica e uma orientação para o pensamento complexo, transição esta mediada pela sociologia do currículo, em que este é considerado nas duas dimensões propostas por Apple e, pela sociologia dos grupos profissionais, nas dimensões processo de profissionalização e identidade sócio-profissional de acordo com Dubar, e que se designa por Modelo Transicional.
Como principais conclusões emergentes de cada domínio, salientam-se:
Espaços:
- Apesar de se considerar claramente a existência de escolas autónomas de nível superior, a indecisão política quanto à organização da rede escolar parece inibir a transição acabada para escolas capazes de desenvolver a integralidade das suas autonomias como estabelecimentos do ensino superior.
Currículo / Saberes:
- a disciplina de enfermagem mobiliza conceitos teóricos próprios, como conteúdos, mas em que a sistematização dos saberes tem ocorrido a partir da introdução da reflexividade na acção e não pela investigação da essência e da natureza da enfermagem;
- quanto à forma, considera-se ter ocorrido a verdadeira transição, com a unificação do nível de formação e com a integração no ensino superior, ao nível da licenciatura.
Actores:
- O processo de construção do grupo profissional dos enfermeiros é socialmente reconhecido pela decisão histórica de unificação do nível de formação, passando a existir um único profissional enfermeiro, a partir de 1975. Actualmente ocorre o processo de consolidação e sedimentação da qualificação dos enfermeiros e dos professores de enfermagem, onde a identidade sócio-profissional em construção, se associa ao reconhecimento social destes.
Description
Tese de Doutoramento apresentada à Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, pelo Mestre José Amendoeira, para obtenção do grau académico de Doutor em Sociologia da Educação.
Keywords
ENFERMAGEM-História MODELOS DE FORMAÇÂO EM ENFERMAGEM-Séc. XX CONHECIMENTO EM ENFERMAGEM