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Abstract(s)
A Natação Pura Desportiva (NPD) é considerada um dos desportos
que se torna desafiante ao nível da realização de investigação científica,
uma vez que para realizar estudos no ambiente aquático acaba
por ser uma tarefa bastante dificil, não só por não ser o ambiente
natural em que a as atividades se desenrolam, mas também porque
muitas vezes os humanos/atletas não se encontram familiarizados
com o meio, e pelo facto de outros ser fundamental ter em conta
vários principios fisicos (Barbosa et al., 2010).
Uma prova de natação pura desportiva pode ser decomposta em
quatro fases: i) fase da partida; ii) fase de nado; iii) fase de viragem e
iv) fase da chegada. Neste sentido, grande parte das análises biomecânicas
em NPD tem sido realizadas nas quatro técnicas de nado: i)
Crol; ii) Costas; iii) Bruços e iv) Mariposa (Barbosa et al., 2010).
Cada vez mais os testes de avaliação e controlo do treino têm
sido utilizados como suporte ao processo de treino. A principal finalidade
para a utilização de vários equipamentos passa pelo facto de
cada equipamento estar associado a um protocolo que posteriormente
causará respostas distintas nos atletas (Türker & Sözen, 2013)
nos vários domínios das ciências do desporto, permitindo auxiliar
os treinadores e atletas na otimização dos processos de treino e na
própria competição.
Desta forma, o recurso a análises electromiográficas tem vindo
cada vez mais a ganhar popularidade no contexto desportivo, nomeadamente
em NPD. Os determinantes biofísicos do desempenho
da natação são um dos temas mais interessantes em NPD (Barbosa
et al., 2009), estando na natação competitiva, o desempenho relacionado
com a área da energética e da biomecânica. A electromiografia (EMG) consiste na medição da atividade eléctrica
gerada no músculo e é uma ferramenta útil para obter uma visão
sobre a estrutura/intensidade e tempo dos impulsos neuromusculares
recebidos no músculo com origem no sistema nervoso central
(Basmajian e De Luca, 1985). Na NPD, a EMG permite-nos obter uma
expressão do envolvimento dinâmico dos músculos específicos envolvidos
na propulsão do corpo em relação à água (Clarys, 1988a).
A EMG tem sido aplicada a vários campos de intervenção que
vão desde a reabilitação (Swinnen et al., 2011), fisioterapia (O›Dwyer
et al., 2011), terapia ocupacional (Kulin e Reaston, 2011), odontologia
(Ardizone et al., 2010), psicologia (Bornemann et al., 2012), bem
como no desporto e na Educação Física (Fujita et al., 2011; Wilderman
et al., 2009).
Em termos históricos, o movimento humano é complexo e tem
sido estudado com base em diferentes métodos nos quais a EMG
é uma das técnicas que tem vindo a ser utilizada nos últimos anos.
Desde Jan Swammerdam (1637-1680), que realizou as primeiras experiências
de estimulação elétrica (Medved, 2001; Clarys and Alewaeters,
2003) até Carlo J. De Luca, que alertou contra a incapacidade
de compreender as limitações do EMG (De Luca, 1997), esta área
tem vindo a ser desenvolvida ao longo dos anos em vários domínios
(Basmajian, 1978).
Os desenvolvimentos tecnológicos na aquisição de dados através
da EMG tem sido bastante acentuados, desde que Herbert Jasper
(1906-1999) construiu o primeiro eletromiógrafo em 1942-1944 (Medved,
2001), passando pela criação de um eletrodo de agulha unipolar
(Basmajian, 1978) e, a partir do final de 1960 (Lewille, 1968), com o
aparecimento de uma tendência para o desenvolvimento de dispositivos
monitorizados, nomeadamente, os sistemas cinesiológicos-
-biológicos que começaram a ter uma registo por telemetria de dois
canais (Clarys, 1985; Clarys et al., 1973-1983; Lewille, 1968), passando
para oito canais (Ellis et al., 1984), podendo nos dias de hoje atingir
os 12 canais de aquisição ou até mais.
Os estudos de EMG em NPD têm sido orientados principalmente
no sentido de compreender a relação entre a atividade neuromuscular
e os parâmetros cinemáticos (por exemplo, frequência gestual,
distância de ciclo e velocidade de nado) e alguns parâmetros fisiológicos
(por exemplo, lactato sanguíneo, consumo de oxigénio),
tendo também como objetivo perceber os fenômenos associadados
à fadiga.
Description
Keywords
natação NPD processo de treino electromiográficas
Citation
Concieção, A. & Louro, H. (2016). Electromiografia na natação: metodologia e aplicações práticas. In P. Marouço,N. Batalha & R. Fernandes, Natação e Atividades Aquáticas: Pedagogia, Treino e Investigação (pp. 287-301). ESECS/IPLeiria