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- Bairro «Salazar» (1948 a 1974) - Bairro «16 de Março» (1974 a 2011): história e estórias de um bairroPublication . Rodrigues, Emília Isabel Grilo; Vidigal, LuísO recente desaparecimento do Bairro “Salazar”/“Bairro 16 de Março” e o realojamento dos moradores foram o motivo da realização deste trabalho. O ideário do Estado Novo reunido na trilogia, Deus, Pátria e Família, princípios defendidos por Salazar através da “Política do Espírito” tendo por base uma política de obras públicas vigorosas, e tal como em todos os regimes fascistas, sentiu a necessidade, e tal como já vinha do século XIX construir o Espaço de Identidade através de uma Arquitetura Portuguesa, que tinha como meio primordial para o seu enraizamento a família, a escola, o local de trabalho e o local de lazer. Porque a arquitetura enforma o viver quotidiano, informaria também o “espírito” E o nosso Bairro “Salazar” é um testemunho dessa época. Tentar compreender as vivências desta população face à vida e demolição do bairro, assim como ao realojamento, justificar os modos de apropriação e de organização dos novos espaços domésticos e envolventes, a satisfação habitacional e as atitudes face ao processo, a dimensão das memórias profissionais, domésticas, históricas, políticas, culturais, sociais, escolares. Os resultados obtidos revelam que os moradores daquele Bairro, fosse ele “Salazar ou 16 de Março”, sentiam-se uma família e viam-se como tal. Tinham laços fortes dentro e fora do bairro e sentiam-se integrados cidade. Os que foram realojados em casas arrendadas e distribuídos pela cidade, são os mais satisfeitos e os que melhor se integraram. Os que foram, quase em bloco, para o novo bairro são os que tiveram maiores dificuldades de adaptação. Gostam das casas e mantêm o apoio dos vizinhos antigos mas a diversidade e a multiculturalidade é um fator que levantou e levanta problemas de adaptação. Sendo que os intervenientes principais são pessoas, algumas com uma longevidade extraordinária e com estórias de vida ritmadas ao longo da história do país e da cidade, não poderíamos ficar somente circunscritos às fontes arquivísticas quando tínhamos pela frente um capital humano extraordinário