Loading...
3 results
Search Results
Now showing 1 - 3 of 3
- Evolução dos biótopos aquáticos de trematódeos/moluscosPublication . Costa, F. L.; Rosa, Fernanda; Crespo, Maria Virgínia; Correia, E.Neste trabalho avaliam-se os reflexos do regime e da variabilidade espacial e interanual das precipitações nas condições hídricas dos biótopos, na densidade populacional dos moluscos dulçaquícolas e no risco de infecção por trematódeos e os impactes da construção de estruturas de engenharia rural e hidráulica na evolução desses biótopos. As doenças parasitárias dependem das inter-relações entre o parasita, o hospedeiro e as condições ambientais. As provocadas por trematódeos estão mais sujeitas a condicionantes climáticas e hídricas, uma vez que parte do ciclo biológico do parasita se processa em moluscos, em biótopos aquáticos. Cabo Verde foi alvo de estudos sobre fauna parasitária e malacológica com interesse em Saúde Pública/Medicina Veterinária, em diferentes períodos, 1865 a 1947, 1970 a 1972 e 1995 a 1999. Dos resultados obtidos nas diferentes ilhas constatou-se uma retracção do número de biótopos de moluscos aquáticos, em particular de Bulinus forskallii e de Lymnaea natalensis-L. auricularia. Paralemente verificou-se um decréscimo da prevalência das infecções por Shistosoma bovis de 10% para 5% e por Fasciola gigantica de 85% para 33,33%. Na base desta diminuição está, como condicionante mais expressiva, a redução na precipitação que se tem vindo a assistir desde a década de sessenta do séc. XX, em Cabo Verde e na região saheliana em geral. Outro factor relevante foi a contenção do escoamento superficial, induzida, em parte, pela construção de um número elevado de estruturas antrópicas de aproveitamento hídrico, para fins agrícolas ou utilização doméstica.
- Epidemiologia e controlo da fasciolose em Cabo Verde: estudos entre 1994 e 1999Publication . Rosa, Fernanda; Crespo, Maria Virgínia; Simões, M.; Évora, I. C.; Moreira, E.; Ferreira, M. L.Entre 1994 e 1999, reconheceu-se a presença de Lymnaea natalensis em 20 biótopos e de Fasciola gigantica em 14 focos de infecção na Ilha de Santiago e de sete biótopos de L. auricularia em Sto. Antão (Cabo Verde). De um modo geral, o estudo das flutuações das populações de L. natalensis e da prevalência de F. gigantica nos moluscos, em dois períodos (Outubro/Novembro e Março/Abril de cada ano de estudo), revelou que a densidade dos moluscos e a prevalência foi superior em Março/Abril. A prevalência de Fasciola gigantica foi de 39,17% nos 120 bovinos abatidos no matadouro, sendo mais elevada em plena época seca (52,38%), valor superior ao registado pelas entidades oficiais (20,17%). A associação da prevalência da infecção intra-molusco e dos bovinos foi difícil de estabelecer, embora se tenha observado que, após a ocorrência de um período de intensa precipitação, em 1995, a prevalência diminuiu no ano seguinte. Os animais em risco, o número de biótopos do molusco e de Fasciola, associado ao diagnóstico crescente da fasciolose no Homem, revelararam que esta helmintose continua a ser um sério problema em produção animal, assim como em saúde pública. A utilização de um moluscicida (experiência de campo) e de um fasciolicida (desparasitação do efectivo em risco) não foi conclusiva, devido à dificuldade no acompanhamento dos hospedeiros após aquelas aplicações. No entanto, os custos elevados e os impactes negativos no ecossistema particularmente provocados pelo uso dos moluscicida sugerem a sua não preconização no controlo em biótopos onde as colecções de água são escassas e sobre-utilizadas pela população. O melhoramento das condições de recolha e armazenamento de água e dos sistemas de irrigação (canalizações em PVC e levadas cobertas) revelaram ser a melhor medida de controlo no decréscimo do número de biótopos dos moluscos e de Fasciola, em oposição ao verificado em outros países africanos, provavelmente devido à pequena extensão dos cursos de água em Santiago. The epidemiological studies are the base for the implementation of control measures. The presence of Lymnaea natalensis was found in 20 habitats and F. gigantica infected snails were detected on 14, at Santiago Island. The study of the fluctuations of L. natalensis populations and the prevalence of Fasciola gigantica in the snail, between October/November 1994 and March/April 1999, revealed that snail density and prevalence were higher in March/April. On 4097 freshwater snails studied, 1383 (33,76%) were collected on October/November and 2714 (64,24%) on March/April. The snail density, the shell width and the prevalence of Fasciola gigantica infection were higher during March/April at the natural habitats. The prevalence of F. gigantica was 39,17% out of 120 cattle slaughtered at Praia abattoir. The association of the intra-mollusc and cattle prevalence was difficult to establish, although we could observe that after a period of heavy rain in 1995, the prevalence of F. gigantica decreased in the following year. The high cost of the products and the negative effects on the ecossystems, the moluscicides and fasciolicides applied to Santiago habitats, did not allow to made concret conclusions. The animals at risk, the snail and Fasciola habitats, linked to the diagnosis of fascioliasis in man, show that this disease is still a serious problem in animal production as well as in human health. However, the improvement of irrigation systems showed to be the best control measure to decrease on snail and Fasciola habitats numbers, the opposite usually occurs in other African countries.
- Interacções entre o meio ambiente e parasitas na Ilha de Santiago (Cabo Verde)Publication . Crespo, Maria Virgínia; Rosa, Fernanda; Évora, ConceiçãoNa Ilha de Santiago (Cabo Verde) a localização e a colonização promoveram a introdução de várias espécies com diferentes origens zoogeográficas. Algumas das características geomorfológicas, hidrogeológicas e climáticas observadas em 21 ecossistemas aquáticos dulçaquícolas constituíram factores fundamentais que permitiram e favoreceram a instalação e a manutenção de populações de moluscos, tais como Lymnaea natalensis (Lymnaeidae) e Bulinus forskalii (Planorbidae), que podem assegurar o ciclo de vida e a sobrevivência de alguns parasitas, nomeadamente as espécies residentes Fasciola gigantica e Schistosoma bovis. A importância destes reflecte-se nos valores de prevalência intra-molusco de 6,15% e de 18,23%, e nos bovinos, seus HV preferenciais, de 50,00% e 6,67%, respectivamente. A transmissão dos parasitas é facilitada pela grande mobilidade ou pela capacidade de flutuação evidenciada pelas cercárias emitidas ou recentemente enquistadas, pelo comportamento dos HV, pela escassez das colecções de água e pela dependência destes recursos. A antropização destas colecções, associada a alterações climáticas locais tem contribuído para uma decréscimo do número de biótopos dulçaquícolas, de cerca de 50,00% no total dos biótopos identificados nas últimas décdas