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- Estudo do impacto da luta biológica em pragas de citrinos no Ribatejo: avaliação do impacto da luta biológica feita à Trioza erytreae com recurso ao parasitoide Tamarixia dryPublication . Santos, Joaquim Manuel Lopes dos; Paulo, AnaA Trioza erytreae, ou também denominada como Psila Africana dos citrinos (PAC), presente no arquipélago da Madeira desde 1994 e nas Ilhas Canárias desde 2002, foi detetada pela primeira vez na Europa continental, em 2014, na Galiza e, em janeiro de 2015, foi confirmada a sua presença na região do grande Porto. Foi de imediato intensificada a sua prospeção com a designação de Zonas Demarcadas onde se aplicam medidas com o objetivo de erradicar a praga e evitar a sua dispersão no país, designadamente a destruição dos vegetais hospedeiros em comercialização, proibição de produção, comercialização ou movimentação de vegetais de citrinos dentro dessas zonas e obrigatoriedade de realização de podas e tratamentos fitossanitários tanto nos pomares, como nas árvores isoladas. A PAC é capaz de provocar estragos em espécies como a laranjeira, o limoeiro, a tangerineira, ou a limeira, e em algumas ornamentais, a sua maior perigosidade advém da capacidade de transmissão da bactéria Candidatus Liberibacter spp., agente causal da doença de Huanglongbing, conhecida como Citrus Greening ou enverdecimento dos citrinos e para a qual não existe cura. (DGAV, 2016) No âmbito do programa nacional de luta biológica contra o inseto Trioza erytreae, e de uma aposta reforçada do Ministério da Agricultura em alternativas para o controlo de pragas de quarentena, foram feitas entre 2021 e 2023 várias largadas do inseto parasitoide da Trioza erytreae, o Tamarixia dryi, produzido em viveiros situados na zona de Ourense, na Galiza, em citrinos localizados em espaços públicos e pomares, em diferentes pontos da zona de Lisboa e Vale do Tejo, na zona do Ribatejo e Oeste. O presente trabalho procura reunir informação sobre as largadas efetuadas entre 2021 e 2023 na região de Lisboa e Vale do Tejo, e recolher mais informação no campo em pomares localizados nos concelhos de Santarém, Rio Maior, Óbidos e Alcobaça. Nestes locais foi usado o seguinte protocolo: foram escolhidas 10 árvores, que posteriormente foram feitas 4 observações visuais em março e abril e junho e julho de 2022 e 2023. Estas observações visuais consistiram na análise dos rebentos novos, dos 4 quadrantes das árvores marcadas, tinham como objetivo a recolha de indícios da presença de Trioza erytreae, e nos casos positivos foi identificada fase do ciclo de vida. As contagens efetuadas, foram agrupadas por número de rebentos novos compostos por 5 folhas. As evidências de presença praga, o seu estado de desenvolvimento foi registado numa tabela de observação, que contem o número de rebentos totais, número de rebentos com presença de ninfas de Trioza erytreae, bem como, do total das ninfas presentes, foram ainda contadas as ninfas parasitadas por Tamarixia dryi, com o objetivo de encontrar taxas de infestação dos pomares e taxas de parasitismo. Nos locais de estudo foram feitas 2 largadas de 100 parasitoides no ano de 2022 e o mesmo procedimento foi repetido em 2023. Desta forma foi possível perceber que a taxa de parasitismo e de infestação nos pomares estudados varia entre 0%, no pomar da ESAS, e de 98% no pomar da Travessa da Fonte, em Alcobaça.
- O repiso de tomate: conservação por ensilagemPublication . Silva, José Leandro Regedor da; Paulo, PardalA utilização de coprodutos agro-industriais produzidos localmente pode ser uma alternativa interessante para a produção de alimentos para animais, uma vez que a maior parte dos alimentos compostos utilizados na produção animal consiste principalmente em matérias-primas importadas, sobretudo farinha de soja e cereais. Por conseguinte, quando os coprodutos são utilizados, tornam-se mais valiosos, promovendo a circularidade da economia e reduzindo a concorrência com os seres humanos pela alimentação. A indústria do tomate é muito importante em Portugal e gera uma grande quantidade de repiso, um coproduto de grande interesse para a alimentação animal. A produção de tomate em Portugal decorre entre julho e setembro, o que justifica a necessidade de conservar o repiso de tomate para poder ser utilizado fora de época. O objetivo deste estudo foi analisar diferentes formas de conservação do repiso de tomate (RT) sob a forma de silagem. Foram comparadas cinco silagens que incluíam repiso de tomate: 1) apenas RT; 2) 30 % de batata-doce (BD), 35% de RT, 15% de feno de luzerna e 20% de sêmea de trigo; 3) 30% de batata (BAT), 35% de RT, 15% de feno de luzerna e 20% de sêmea de trigo; 4) 30% de cenoura (CEN) e 35% de RT, 15% de feno de luzerna e 20% de sêmea de trigo; 5) 55% de forragem de milho e 45% de RT. Para avaliar as diferentes silagens, foram considerados os parâmetros químicos e de fermentação e o valor nutricional. Todas as silagens produzidas estavam bem conservadas e apresentavam um elevado valor nutritivo. O repiso de tomate pode ser ensilado sozinho, mas são de esperar perdas elevadas de compostos solúveis por lixiviação, uma vez que a matéria seca (MS) é muito inferior à das outras silagens. A combinação de RT com batata-doce, batata e cenoura deu origem a silagens semelhantes e de elevada qualidade. Por conseguinte, a escolha destes co-produtos para combinar com o RT depende sobretudo da disponibilidade e dos custos locais. A mistura de RT com milho forrageiro deu origem a uma silagem com um teor de proteínas mais elevado do que seria de esperar com o milho isolado. Globalmente, pode concluir-se que estes co-produtos permitiram obter silagens de elevada qualidade, reduzindo a dependência das importações, promovendo a sustentabilidade ambiental e reduzindo potencialmente os custos da alimentação animal. O trabalho foi realizado no Pólo de Santarém do Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV - Fonte Boa), localizado na Quinta da Fonte Boa, Vale de Santarém, de janeiro a dezembro de 2023