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- Sensibilizar para a diversidade linguística e cultural no pré-escolarPublication . Ferreira, Ana Paula; Santos, Maria LeonorNo âmbito das unidades curriculares, quer da Prática Pedagógica em Creche, quer da Prática Pedagógica em Jardim de Infância, ao longo dos diferentes períodos de estágio nestes dois contextos, foram desenvolvidos e implementados planos de intervenção baseados na metodologia de trabalho de projeto, dos quais se dá conta na primeira parte deste Relatório. No contexto de Creche, com base nas características da faixa etária das crianças (2 anos), assim como no seu gosto pela exploração, descoberta e curiosidade em saber mais, a problemática do projeto, “Curiosa-idade”, focou-se na área dos sentidos, das sensações e do “faz de conta”. Quanto ao estágio em Pré-Escolar, com um grupo entre os 3 e os 4 anos, a problemática do projeto “Selva Divertida” focalizou-se nos animais da selva e emergiu, essencialmente, dos interesses das crianças. Partindo das experiências vivenciadas nos contextos de estágio e do reconhecimento de que, atualmente, as escolas se caraterizam pela crescente presença de diferentes línguas e culturas, pelo que se torna imprescindível promover uma sensibilização para essa diversidade desde idades precoces, com vista a fomentar, não só o gosto e interesse pelas diversas línguas e culturas, como também atitudes de respeito e tolerância face ao “outro” e à diferença, desenvolveu-se um projeto de investigação-ação, que apresentamos na segunda parte deste Relatório. Este estudo, tendo como finalidades o aprofundamento do conhecimento sobre a abordagem plural de sensibilização à diversidade linguística e cultural e o desenvolvimento de estratégias e competências profissionais de educação para o plurilinguismo e o multiculturalismo, baseou-se no desenvolvimento de um projeto de intervenção (constituído por seis atividades), implementado em contexto de pré-escolar, cujos principais objetivos eram sensibilizar à diversidade linguística e cultural e consciencializar para o respeito e valorização de outras línguas e culturas, tendo os dados sido recolhidos através da observação direta e participante, de notas de campo, de registos fotográficos e de videogravação e recolha dos trabalhos das crianças. Após a análise de conteúdo dos dados, foi possível concluir que a abordagem da sensibilização à diversidade linguística e cultural fomenta nas crianças uma postura de abertura e aceitação perante a mesma, sendo notório, nos seus comportamentos, a atenção e participação constantes e o forte interesse revelado ao longo de todas as atividades.
- A diversidade cultural e as suas implicações no processo de ensino e aprendizagem : como integrar a diversidade na educação de infânciaPublication . Sousa, Ana Rita; Cardona, Maria JoãoO presente relatório encontra-se organizado em duas grandes partes: uma primeira, onde são apresentadas e analisadas as principais aprendizagens realizadas nos estágios curriculares, e uma segunda parte onde é apresentada a pesquisa realizada. Esta teve como finalidade refletir sobre a problemática da diversidade cultural na escola, analisando sobretudo as suas implicações na Educação de Infância: as consequências da interação de culturas e etnias; os desafios que se colocam aos professores, técnicos e assistentes operacionais; - quais as estratégias que estes podem ou estão a utilizar nas suas práticas educativas com o objetivo de facilitar a integração de crianças oriundas de diversas culturas. Após a observação e a interação com um grupo de crianças de diferentes culturas durante os meus estágios curriculares, achei que seria relevante saber mais sobre as suas culturas, para melhor fundamentar o meu trabalho. No entanto, as crianças com as quais interagi nos estágios não formavam uma amostra considerável para uma pesquisa mais aprofundada, pelo que decidi explorar uma outra instituição -Escola Básica nº1 de Coruche (com jardim de infância e 1ºciclo integrados), que dada à sua população escolar é considerada TEIP- Território Educativo de Intervenção Prioritária. Na verdade, como conheço bem a população de Coruche, foquei-me mais na observação da etnia cigana, muito evidente neste concelho. Considerando as transformações sociais e políticas verificadas em Portugal desde o 25 de abril de 1974, altura em que foi implementado o sistema democrático, passou a vigorar a conceção de cidadania universal para todos os portugueses. Contudo, nem todos os cidadãos estão em iguais circunstâncias no acesso pleno dos direitos de cidadania. O objetivo da pesquisa realizada é refletir e discutir alguns dos impactos das medidas e políticas sociais sobre as pessoas e famílias ciganas, bem como as mudanças (in)visíveis subjacentes aos processos plurais de reconfiguração sócio identitária. A comunidade cigana, durante muitos anos perseguida, incompreendida e discriminada, apresenta agora alguma tendência para aceitar a coabitação com a cultura dominante dos países/regiões onde se instala. No entanto, a especificidade do povo cigano preocupa os profissionais de educação, uma vez que o sistema de ensino nem sempre está preparado para integrar estes alunos e as suas normas da vida comunitária. No mesmo sentido, quis perceber como se processa a integração dos alunos imigrantes na escola em estudo. De uma forma geral, o que se pretende abordar neste relatório é a Multiculturaldiade e a forma como é trabalhada desde as primeiras idades. A multiculturalidade é, hoje, vista como uma integração de diversas minorias numa cultura dominante, o termo minorias refere, por regra, grupos de pessoas que ao nível de características como, a raça, a cor e a etnia, o género, as incapacidades físicas e motoras, a idade, a orientação sexual, a nacionalidade de origem ou a religião, diferem do socialmente concebido como «normal» ou «padrão». (Dass & Parker, 1999; Marsden, 1997) Pretende-se assim neste relatório,analisar as práticas pedagógicas dos profissionais de ensino, para perceber o que pode e está a ser feito para receber e integrar crianças de culturas diferentes na sala de aula, mostrando que a multiculturalidade pode ser uma mais-valia para todos os intervenientes do processo educativo. Como metodologia optou-se pela realização de inquéritos por questionário a alguns docentes e técnicos de diversas áreas que têm um contacto diário com crianças de diferentes etnias e origens culturais. Achei também pertinente ter o testemunho dos pais, com o objetivo de perceber as suas perspetivas em relação à educação das suas crianças.Em síntese, a conclusão a que se chega é que o meio familiar influencia bastante o processo de aprendizagem da criança e as conceções e perspetivas que tem em relação à escola e ao futuro. O educador através da sua atitude, prática e formação, tem também ele um papel determinante. A verdade, é que existe ainda um longo caminho a percorrer, para que se consigam colmatar as lacunas existentes no sistema no que respeita às políticas que visam a integração da diversidade cultural nas escolas. Verficase, no entanto, que nos últimos anos tem havido uma grande evolução sobre a forma de como trabalhar a diversidade cultural nas instituições educativas desde as primeiras idades. Com este relatório procurei, entre outros aspetos, perceber se o projeto TEIP é ou não, efetivamente, um projeto que promove o sucesso educativo a todos aqueles que se encontram em situação de exclusão escolar e social. Em relação ao projeto TEIP deste estudo, as dinâmicas implementadas procuram, em termos de estrutura organizativa, alguma diversidade de respostas. A escola TEIP em estudo procura, essencialmente, tornar a escola mais apelativa para os alunos, mudar comportamentos individuais e coletivos (alunos e respetivas famílias) , prevenir a insdisciplina e combater o absentismo escolar. O recurso às actividades lúdicas para conseguir esse efeito é, sem dúvida, o aspecto mais inovador do projecto. Para tal, há uma diversidade de acções em curso, implicando um conjunto de recursos humanos e materiais que só poderiam ser garantidos através de um projecto como o TEIP. Acima de tudo, o agrupamento em estudo (no qual se incluí a escola em estudo- Escola EB nº1 de Coruche), espera que as dinâmicas em curso, possam ser interiorizadas pelos agentes educativos dos diferentes estabelecimentos de ensino do Agrupamento, de modo a que as mudanças alcançadas pelo TEIP passem a constituir-se como práticas educativas assumidas por todos, depois do TEIP. Este estudo destaca o agrupamento de Escolas de Coruche, que muito se tem esforçado e conseguido resultados brilhantes no que respeita à promoção da Multiculturalidade e da inclusão, tendo vindo a demonstrar o seu envolvimento na resolução dos problemas da comunidade. Em síntese e após a elaboração deste relatório, efetuado com base na análise do percurso de aprendizagem decorrido durante os estágios e no trabalho de pesquisa realizado, importa realçar que a realização destas aprendizagens constituíram-se como pilares fundamentais face ao meu futuro percurso profissional como educadora de infância. O contato com a realidade vivenciada e apreendida serão futuramente ferramentas essenciais no âmbito do meu desempenho profissional.