Browsing by Author "Santos Rocha, Rita"
Now showing 1 - 2 of 2
Results Per Page
Sort Options
- Implementação de um programa de atividade física e aconselhamento nutricional na gravidez. Efeitos no estilo de vida e saúde da grávida e recém-nascidoPublication . Portela, Cristina; Santos Rocha, RitaNo passado, as grávidas eram aconselhadas a reduzir as suas atividades, especialmente durante a fase final da gestação, acreditando-se que o exercício aumentaria o risco de trabalho de parto prematuro. Em meados da década de 90, o American College of Obstetricians and Gynecologists (ACOG) reconheceu que a prática de atividade física (AF) regular na gravidez deveria ser desenvolvida desde que a grávida apresentasse condições físicas apropriadas, mediante avaliação médica especializada. Já neste século, a mesma entidade reconheceu este período da vida da mulher como fértil para a ocorrência de mudanças positivas nos hábitos de vida, incluindo nas recomendações, as mulheres sedentárias e com complicações médicas e obstétricas, sempre mediante avaliação médica prévia (Artal & O'Toole, 2003; Kac et al., 2007). De acordo com o ACOG (2002) espera-se, então, que as mulheres grávidas, com ausência de contraindicações médicas e que não apresentam complicações obstétricas, pratiquem pelo menos 30 minutos de AF de intensidade moderada por dia, durante todos os dias da semana. Já uma mulher fisicamente ativa, com uma história de risco de parto prematuro ou restrição do crescimento fetal, deve ser aconselhada a reduzir a sua AF no segundo e no terceiro trimestres de gravidez (ACOG, 2002a, 2002b). Atividades de baixo risco podem ser recomendadas, inclusivamente a mulheres grávidas previamente sedentárias. O exercício aeróbio moderado, nomeadamente a marcha, é seguro e benéfico para a maioria das mulheres desde que sejam cumpridas as normas apropriadas (Dewey & McCrory, 1994; Oken, Taveras, Popoola, Rich-Edwards, & Gillman, 2007). A marcha parece ser a modalidade melhor aceite, ou talvez mais acessível e fácil de integrar nas rotinas diárias durante a gravidez e após o parto, altura em que se verificam grandes mudanças na rotina diária da mulher. A promoção deste tipo de AF de forma correta pode ser uma forma de evitar a diminuição da AF nestes períodos. Outras modalidades poderão ser a natação, a hidroginástica e o pedalar na bicicleta ergométrica (Pereira et al., 2007). A probabilidade dos riscos e benefícios da AF na gravidez e pós-parto acontecerem depende da frequência, duração e intensidade das sessões de exercício, além das condições em que este se realiza. A grávida que se exercita dentro da zona ótima de treino prescrito individualmente para si, provavelmente terá benefícios (Dewey & McCrory, 1994; Wolfe & Davies, 2003). As principais precauções a serem tomadas relacionam-se com o terreno, a temperatura ambiente, o calçado, o aquecimento e arrefecimento, a hidratação e especialmente com a inexistência de fases anaeróbicas (períodos de curta duração e alta intensidade), exaustão ou fadiga que podem significar uma situação de hipoxia para o feto. Por outro lado, promover um estado nutricional equilibrado na mulher grávida é fundamental para o desenvolvimento de uma gestação saudável e, consequentemente, para o crescimento e desenvolvimento adequados do recém-nascido. Evidências científicas demonstram que o feto não está protegido de uma dieta inadequada da mãe que, durante a gravidez, parece apresentar necessidades nutricionais específicas (Mendez & Kogevinas, 2011; Shah & Ohlsson, 2009; Zeisel, 2009). Mesmo que a dieta pré-gestacional seja equilibrada, dadas as necessidades nutricionais específicas da mulher e do feto durante a gestação, é necessário alterar a dieta da mulher para que esta contribua para uma gravidez saudável e bem-sucedida. A dieta da grávida, através dos alimentos e/ou suplementos, deverá fornecer todos os nutrientes necessários ao equilíbrio do organismo em gestação, considerando a especificidade de cada um e as necessidades fisiológicas e psicológicas que caracterizam esta fase da vida. Os poucos estudos encontrados revelam a existência de crenças sobre a alimentação na gravidez e amamentação, e comportamentos alimentares nestas fases, nem sempre corretos, completos e/ou fundamentados (Pinheiro & Seabra, 2008).
- Revisão sistemática sobre efeitos dos programas de exercício na funcionalidade da população idosaPublication . Vieira, Isabel; Bento, Teresa; Santos Rocha, RitaNum país em que a esperança média de vida tem vindo a aumentar, em que o número de idosos é cada vez maior e a população está cada vez mais envelhecida (Carrilho & Patrício, 2010), é fundamental garantir a qualidade de vida nesta fase. Infelizmente, o aumento da esperança média de vida nem sempre vem associado à manutenção das capacidades funcionais no idoso, e por vezes falamos quase que de sobrevivência, de manutenção das capacidades vitais, mas não de independência e qualidade de vida (Alfieri et al., 2010). É neste sentido que os programas de exercício para a população idosa têm desempenhado um papel importante, na tentativa de prolongar o tempo de qualidade de vida ativa, melhorando ou mantendo algumas das capacidades funcionais essenciais, ou atrasando o processo de envelhecimento. A importância destes programas não se prende somente à componente física e tem vindo a ser associado também a aspetos de natureza cognitiva ou social (Chodzko-Zajko et al., 2009). Cada vez mais ouvimos falar de programas de exercício físico em Portugal, direcionados para a população idosa, mas torna-se necessário perceber de que programas falamos e do impacto concreto destes programas na vida das pessoas idosas. A escassez de estudos desta natureza em Portugal, leva-nos a procurar respostas por todo o mundo na tentativa de aprofundarmos esta questão. Os estudos de revisão sistemática são um primeiro passo para compreender esta temática. As revisões sistemáticas sobre a temática da atividade física ou exercício físico para a população idosa (idade ≥ 60 anos), são na sua maioria associadas a condições clínicas, dependência ou a recuperação em período pós-operatório (Conn, 2010; Eves & Davidson, 2011; Liu et al., 2011; Parmenter et al., 2011; Tseng et al., 2011; Thuné-Boyle et al., 2012), sem especificar os programas de exercício desenvolvidos. A estas limitações associamos ainda a curta duração da maioria dos estudos considerados nas revisões sistemáticas existentes e em grande parte a utilização de instrumentos de medida dispendiosos e de difícil acesso para as entidades que desenvolvem programas de exercício em idosos no nosso país. Neste sentido, é fulcral encontrar soluções que respondam à realidade portuguesa, e que nos permitam, enquanto professores/instrutores, proporcionar aos idosos programas de exercício devidamente elaborados, que respondam às necessidades existentes.