Browsing by Author "Rosa, R. S."
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- Fatores preditivos de síndrome de apneia obstrutiva do sono em doentes propostos para cirurgia bariátricaPublication . Rosa, R. S.; Aguiar, M.; São João, Ricardo; Domingues, T. D.; Feliciano, A.; Martins, V.; Sacramento, V.; Rodrigues, S.; Furtado, S.Face ao número crescente de doentes com suspeita de Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), a existência de um método de rastreio torna-se imperativo. Apesar de a obesidade ser um importante factor de risco, amplamente reconhecido, de SAOS, verifica-se um subdiagnóstico desta patologia numa proporção significativa de doentes obesos propostos para cirurgia bariátrica. Objetivos: Identificar os fatores preditivos de SAOS numa população de doentes propostos para cirurgia bariátrica, de forma a poder usá-los como método de rastreio desta patologia. Métodos: Foram incluídos os doentes, seguidos na consulta de apneia do sono entre janeiro de 2017 a abril de 2019, propostos para cirurgia bariátrica e que realizaram estudo do sono (nível I ou nível III). Foram avaliadas as suas características demográficas, antropométricas, clínicas (roncopatia, apneias presenciadas e sonolência diurna excessiva), comorbilidades (HTA, diabetes, dislipidemia e hiperuricemia) e os resultados polissonográficos/poligráficos (IAH, T90, IDO). Foi considerado um estudo positivo para apneia obstrutiva do sono a presença de um índice de apneia-hipopneia (IAH) ³ a 5, classificando-se como ligeira, moderada ou grave de acordo com o IAH (5 a 15, 15 a 30 e ³ 30, respetivamente). Tendo como base o modelo de regressão logística simples (com apenas um único preditor), os cut-offs apresentados para cada um dos preditores contínuos são os que maximizam as medidas discriminantes do modelo (especificidade, sensibilidade, área abaixo da curva ROC-AUC, correlação de Somers, valor preditivo positivo). Resultados: Foram avaliados 131 doentes, 103 do sexo feminino (78,6%). A idade média foi de 43,29 ± 10,60 anos e o Índice de Massa Corporal (IMC) médio foi de 43,73 ± 5,45 kg/m2, com um perímetro cervical médio de 41,67 ± 4,01 cm. Verificou-se uma prevalência de SAOS em doentes propostos para cirurgia bariátrica de 87% (n = 114): 30,5% (n=40) dos quais com SAOS ligeiro, 29,8% (n=39) com SAOS moderado e 26,7% (n=35) com SAOS grave. No entanto, apenas se verificou a presença de sintomatologia na forma de apneias presenciadas em 25,4% (n=29) dos casos e score de Epworth superior a 10 em 22,8% (n=26) dos doentes com diagnóstico de SAOS. Foram identificados como fatores preditivos, e com significado estatístico para o diagnóstico de SAOS, o IMC (p<0.001), a idade (p=0,0027), o perímetro cervical (p=0,001) e a presença de HTA (p=0,018). Por outro lado, no caso dos doentes com SAOS moderado a grave, apenas a idade e o perímetro cervical constituíram preditores estatisticamente relevantes (p<0,001). Quanto aos cut-offs para os referidos preditores os valores foram para o IMC de 40,573 kg/m2,para a idade de 37 anos e para o perímetro cervical de 40 cm. Conclusão: A prevalência de SAOS nesta amostra é elevada independentemente da existência de características clínicas de suspeição desta patologia. A utilização de fatores preditivos, como identificados neste estudo, poderá ajudar a priorizar os doentes de alto risco para SAOS moderado a grave e que devem realizar exames complementares de diagnóstico de uma forma mais célere.
- Validação do modelo NO-OSAS como método de rastreio de Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono em doentes propostos para cirurgia bariátricaPublication . Rosa, R. S.; Aguiar, M.; São João, Ricardo; Domingues, T. D.; Feliciano, A.; Martins, V.; Sacramento, V.; Rodrigues, S.; Furtado, S.Introdução: A obesidade constitui um importante fator de risco do Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS). Verifica-se, no entanto, um subdiagnóstico significativo desta patologia em doentes obesos. De forma a superar esta dificuldade foi proposto um modelo de 6 items designado por NO-OSAS, cuja pontuação quando ³ 3 poderá identificar doentes com SAOS moderado a grave. Objetivos: Validar o modelo NO-OSAS como método de rastreio de SAOS moderado a grave na nossa população de doentes propostos para cirurgia bariátrica. Métodos: Foram avaliados 131 doentes seguidos em consulta de Pneumologia, propostos para cirurgia bariátrica e com estudo do sono já realizado, no Hospital Beatriz Ângelo de janeiro de 2017 a abril de 2019. O modelo NO-OSAS consiste num modelo de regressão logística múltiplo, em que é utilizado o valor de cut-off ³ 3 para a identificação de doentes com SAOS moderado a grave (índice de apneia-hipopneia [IAH] ³ 15) nesta população de doentes. Os fatores preditivos considerados neste modelo consistem no sexo masculino, perímetro cervical ³ 42cm, Índice de Massa Corporal (IMC) ³ 42, idade ³ 37 anos, presença de roncopatia e de apneias presenciadas. De forma a avaliar o poder discriminante do modelo em questão, foi avaliada a Área Abaixo da Curva ROC (AUC). Resultados: Dos 131 doentes observados, 103 (78,6%) eram mulheres, a idade média foi de 43,29 ± 10,60 anos e o IMC médio foi de 43,73 ± 5,45 kg/m2. A maioria dos doentes (n=99; 75,6%) não relatava a ocorrência de apneias e 76,3% (n=100) referia roncopatia. 87% (n=114) tinham diagnóstico de SAOS, sendo que cerca de metade (n=74; 56,5%) apresentavam SAOS moderado a grave. Com exceção do sexo masculino, todas as restantes variáveis que constituem o modelo NO-OSAS foram fatores preditivos estatisticamente significativos (p<0,001), sendo os valores de sensibilidade e especificidade deste modelo de 0,981 e 0,872, respetivamente. A AUC associada ao modelo foi de 0.934 o que corresponde a um poder discriminante excecional. Apesar de a variável do sexo masculino não possuir significado estatístico como fator preditivo, existiram diferenças estatisticamente significativas entre homens e mulheres, nomeadamente valores superiores de perímetro cervical (46,95 ± 4,06 vs 40,2 ± 4,01; p<0,00001), IAH (49,96 ± 29,09 vs 21,61 ± 28,64; p=0,019) e T90 (20 ± 20,08 vs 8,25 ± 20,23; p=0,0002) nos doentes do sexo masculino. Conclusão: Dada a elevada prevalência de SAOS nesta população de doentes, é clara a importância de um método de rastreio desta patologia. Na amostra de doentes analisados, verificou-se que o modelo NO-OSAS sem a variável do sexo masculino, apresentou um bom desempenho para o diagnóstico de SAOS moderado a grave. O sexo masculino não apresentou significado estatístico como fator preditivo para o diagnóstico de SAOS moderado a grave no presente estudo, no entanto verificaram-se diferenças estatisticamente significativas entre homens e mulheres, no que diz respeito ao IAH, ao perímetro cervical e ao T90. É necessário ter presente o número reduzido de homens desta amostra, pelo que a utilização desta variável como fator preditivo de SAOS deverá ser esclarecida em estudos futuros.