Rosa, R. S.Aguiar, M.São João, RicardoDomingues, T. D.Feliciano, A.Martins, V.Sacramento, V.Rodrigues, S.Furtado, S.2020-01-172020-01-172019-11Rosa, R. S., Aguiar, M., São João, R., Domingues, T.D., Feliciano, A. , Martins, V., ... Furtado, S. (nov. 2019).Fatores preditivos de síndrome de apneia obstrutiva do sono em doentes propostos para cirurgia bariátrica. Comunicação apresentada ao 35º Congresso de Pneumologia. 1º Congresso Luso-Palop de Pneumologia, Praia da Falésia, Algarve, Portugalhttp://hdl.handle.net/10400.15/2779Face ao número crescente de doentes com suspeita de Síndrome de Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS), a existência de um método de rastreio torna-se imperativo. Apesar de a obesidade ser um importante factor de risco, amplamente reconhecido, de SAOS, verifica-se um subdiagnóstico desta patologia numa proporção significativa de doentes obesos propostos para cirurgia bariátrica. Objetivos: Identificar os fatores preditivos de SAOS numa população de doentes propostos para cirurgia bariátrica, de forma a poder usá-los como método de rastreio desta patologia. Métodos: Foram incluídos os doentes, seguidos na consulta de apneia do sono entre janeiro de 2017 a abril de 2019, propostos para cirurgia bariátrica e que realizaram estudo do sono (nível I ou nível III). Foram avaliadas as suas características demográficas, antropométricas, clínicas (roncopatia, apneias presenciadas e sonolência diurna excessiva), comorbilidades (HTA, diabetes, dislipidemia e hiperuricemia) e os resultados polissonográficos/poligráficos (IAH, T90, IDO). Foi considerado um estudo positivo para apneia obstrutiva do sono a presença de um índice de apneia-hipopneia (IAH) ³ a 5, classificando-se como ligeira, moderada ou grave de acordo com o IAH (5 a 15, 15 a 30 e ³ 30, respetivamente). Tendo como base o modelo de regressão logística simples (com apenas um único preditor), os cut-offs apresentados para cada um dos preditores contínuos são os que maximizam as medidas discriminantes do modelo (especificidade, sensibilidade, área abaixo da curva ROC-AUC, correlação de Somers, valor preditivo positivo). Resultados: Foram avaliados 131 doentes, 103 do sexo feminino (78,6%). A idade média foi de 43,29 ± 10,60 anos e o Índice de Massa Corporal (IMC) médio foi de 43,73 ± 5,45 kg/m2, com um perímetro cervical médio de 41,67 ± 4,01 cm. Verificou-se uma prevalência de SAOS em doentes propostos para cirurgia bariátrica de 87% (n = 114): 30,5% (n=40) dos quais com SAOS ligeiro, 29,8% (n=39) com SAOS moderado e 26,7% (n=35) com SAOS grave. No entanto, apenas se verificou a presença de sintomatologia na forma de apneias presenciadas em 25,4% (n=29) dos casos e score de Epworth superior a 10 em 22,8% (n=26) dos doentes com diagnóstico de SAOS. Foram identificados como fatores preditivos, e com significado estatístico para o diagnóstico de SAOS, o IMC (p<0.001), a idade (p=0,0027), o perímetro cervical (p=0,001) e a presença de HTA (p=0,018). Por outro lado, no caso dos doentes com SAOS moderado a grave, apenas a idade e o perímetro cervical constituíram preditores estatisticamente relevantes (p<0,001). Quanto aos cut-offs para os referidos preditores os valores foram para o IMC de 40,573 kg/m2,para a idade de 37 anos e para o perímetro cervical de 40 cm. Conclusão: A prevalência de SAOS nesta amostra é elevada independentemente da existência de características clínicas de suspeição desta patologia. A utilização de fatores preditivos, como identificados neste estudo, poderá ajudar a priorizar os doentes de alto risco para SAOS moderado a grave e que devem realizar exames complementares de diagnóstico de uma forma mais célere.porSíndrome de Apneia Obstrutiva do SonoCirurgia bariátricaRastreioIAHIMCPerímetro do pescoçoIdadeEscala de sonolência de EpworthHTAFatores preditivos de síndrome de apneia obstrutiva do sono em doentes propostos para cirurgia bariátricaconference object