Potes, José Mira Vilas Boas2014-01-302014-01-302010-12http://hdl.handle.net/10400.15/896Trabalho apresentado ao Instituto Politécnico de Santarém para atribuição do título de Especialista no área da agro-silvo-pastorícia e realizado no âmbito do artº 5º b) do D.L. nº 206/2009 de 31/08/09 para apresentação, apreciação crítica e discussão de um trabalho de natureza profissional, preferencialmente sobre um trabalho ou obra constante do currículo profissional apresentado pelo candidato.A vulgarização do termo sustentabilidade induziu-nos na opção de iniciar este trabalho com uma abordagem à definição de sustentabilidade, pretendendo-se de forma objectiva apresentar uma ideia clara do conceito, aplicável aos sistemas de agricultura e que permita estabelecer padrões fundamentados em resultados obtidos e divulgados. Procede-se de seguida à caracterização do ecossistema Montado, evidenciando a integração de múltiplos sub-sistemas, que necessariamente terão que manter um equilíbrio para que as respectivas interacções não comprometam o funcionamento do ecossistema. A multidiversidade e a multifuncionalidade são patentes na descrição dos diversos sistemas de produção e identificados os respectivos produtos. Entrando na análise ao ecossistema começa-se pelos aspectos técnicos, destacando-se o papel que dois projectos de experimentação tiveram na concretização de diversos estudos desenvolvidos ao longo de oito anos. Através de um delineamento experimental que permitiu estudar a evolução da pastagem sujeita a um processo de melhoramento, conjugado com o comportamento do animal em pastoreio, foi possível obter resultados no domínio do melhoramento de pastagens, da pecuária extensiva e da evolução do solo. Estes conhecimentos, adquiridos ao nível da experimentação, associaram-se aos estudos de gestão da exploração, nomeadamente no domínio do controlo da flora arbustiva e da preservação da componente arbórea. A integração das diversas tecnologias analisadas conduziu à Rotação do Montado, como base estruturante da gestão do ecossistema. Salienta-se o papel desempenhado pelas culturas forrageiras com duplo efeito, na preservação do solo e como complemento alimentar dos sistemas de produção animal extensivos. Desta multifuncionalidade surge o Esquema Alimentar da Pecuária Extensiva, onde se realça a contribuição fundamental dos recursos naturais. A análise económica a um ecossistema tão rico e diverso é efectuada através do estudo de cada produto: cortiça, carne e seus derivados, queijo, lã, lenha, caça, mel, plantas aromáticas e medicinais, cogumelos e turismo. Faz-se uma breve caracterização do respectivo sistema produtivo e, nos casos em que tal é possível, apresentam-se os resultados económicos recolhidos. Procurou-se manter como denominador comum a dimensão da exploração mínima para garantir a viabilidade económica de cada sistema. A componente ambiental é avaliada através da análise de três elementos de suporte do ecossistema: o solo, a água e o ar. Pela importância que assumem, são também analisados: o fogo, combatido preventivamente através da boa gestão e a biodiversidade, sem dúvida uma forte mais valia ambiental do ecossistema. A discussão dos resultados realça a dinâmica do ecossistema e a necessidade económica de ressarcimento do mesmo pelos serviços ambientais que presta. Referem-se linhas de investigação/experimentação a desenvolver e termina com uma análise SWOT. A manutenção do equilíbrio técnico, dos balanços económicos e preservação do ambiente saudável e em equilíbrio, permitem concluir pela atribuição de modelo de sustentabilidade ao ecossistema Montado.porQuercusSistema agro-silvopastorilEcossistemaPastagemProdução animalGestão de recursosSustentabilidadeEcossistema montado: um modelo de sustentabilidadeother